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Violência contra mulher é uma realidade que não pode ser mais ignorada.
A violência doméstica não tem rosto, endereço ou condição financeira específica. O fato é que ela é uma realidade que não pode mais ser ignorada. Um censo realizado em 2021, pelo IPEC Inteligência em Pesquisa e Consultoria, revelou que a cada 25 minutos, uma mulher é agredida em contexto matrimonial. Apesar das diferenças e motivações, um ciclo pode ser observado quando o assunto é esse tipo específico de agressão.
A psicóloga norte-americana Lenore Walker, fundadora do Instituto de Violência Doméstica, foi a responsável por detectar em seus estudos que as agressões domésticas seguem um ciclo previsível. A partir de comportamentos reproduzidos em abundância, três momentos podem ser observados: o aumento da tensão, o ato de violência e o arrependimento. Todos eles se repetem, aprisionando as mulheres em situações de risco.
Preparamos um breve resumo, com base no artigo do Instituto Maria da Penha, para que você conheça e saiba identificar cada uma das fases que compõem esse ciclo.
Fase 1: Aumento da tensão
A irritação e descontentamento do agressor são demonstrados nesse primeiro momento. Com o tempo, acessos de raiva passam a ser cada vez mais frequentes, evoluindo de ameaças verbais para quebra e arremesso de objetos como forma de intimidação.
A vítima costuma esconder e tentar justificar em suas próprias ações a agressão, minimizando as situações de risco e não compartilhando seus temores com outras pessoas por constrangimento.
Essa fase de tensão pode durar longos ou curtos períodos, evoluindo para a Fase 2 se não for interrompida.
Fase 2: Ato de violência
Quando o descontrole do agressor ultrapassa as ameaças e intimidações, evoluindo para o ato violento, a segunda fase é estabelecida. É importante ressaltar que nem só a agressão física constitui o ato de violência. Danos verbais, físicos, psicológicos, morais e patrimoniais também são atos violentos.
A tendência é que a vítima não tenha reação e desenvolva problemas psicológicos severos. Esta fase pode ser marcada por uma tomada de decisão: denunciar, sair de casa, pedir ajuda a amigos e familiares ou a separação oficial.
Fase 3: Arrependimento
Quando o agressor se arrepende e busca a reconciliação, a última fase do ciclo é estabelecida. Os presentes, atitudes e demonstrações amorosas podem confundir a mulher agredida, resultando na continuação do relacionamento por acreditar que o agressor vai deixar de ser violento e mudar.
Um período pacífico ocorre e a relação de dependência continua. Com o passar do tempo, a tensão, o ato violento e um novo arrependimento voltam a ocorrer, tornando o ciclo recorrente em uma realidade para a vítima.
O que fazer ao identificar o ciclo de violência?
Antes de tomar qualquer iniciativa, é necessário conscientizar-se de que a culpa é sempre do agressor, nunca da vítima. Continuar nesse ciclo não é uma escolha, mas uma junção de fatores. Quando o indivíduo violento se arrepende e demonstra pequenas mudanças, ele manipula a mulher. Ou, quando o mesmo é o único provedor da casa, a vítima fica sem saída.
Ao presenciar o ciclo, você deve denunciar e encorajar a vítima a sair dele. Ao vivenciá-lo, você deve pedir ajuda, denunciar e quebrar essa sequência de situações.
Esses são dois canais de apoio que você pode utilizar: 180 (Central de Atendimento à Mulher) e 190 (Polícia Militar).
Esse conteúdo te ajudou a entender mais sobre a violência doméstica e aprender como você pode ajudar a si mesma e a outras mulheres? Então compartilhe este artigo, para que outras pessoas também tenham essas informações essenciais e entrem na luta contra a violência à mulher.